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" Ahh she left, and she never ever looked back. It's her way of walk into things and get lost! "



Sentou-se. Alto, moreno, em frente ao cais. Tentou reflectir no porquê de mais uma vez dar por si naquele lugar, tão comum como nenhum outro. Lugar esse que lhe trazia os melhores momentos, mas também as piores lembranças... Aqueles pensamentos teimavam em não abandonar a sua paz de espírito, por mais força que ele tivesse naquele corpo musculado, apercebeu-se tratar-se de um ser fraco, pois nenhum gesto poderia retirar-lhe aquelas memórias. Encontrou-se sob um céu estrelado, a noite amena e a água com a cor mais salgada que já havia visto. Dava por ele a perguntar-se mil e uma vezes o porquê de dada situação. Porque é que isto lhe acontecia uma e outra vez. Será que era má pessoa? Será que o karma estaria a escolher a pessoa errada? Perguntas que continuou a fazer a ele mesmo em vão, pois nem o silêncio da noite nem a brisa lhe trouxeram nenhuma resposta. Ao fundo observava o horizonte.
Como é que pode ser tudo tão simples numas coisas e tão vagas noutras? O horizonte trata-se de uma mera linha que separa o mar do céu, mas lá está, o seu papel é crucial na percepção de cada um dos termos.
E nos sentimentos? E no arrependimento? E nas escolhas? O que é que ele tinha para se agarrar? O que é que lhe podia justificar o porquê das escolhas e o que é que poderia dar-lhe a conhecer a verdadeira acepção do significado do que lhe ia na cabeça?
Nada. Nem as estrelas que pairavam sobre aquele recanto. Ela partira, e isso ele não podia justificar. A racionalidade das coisas existem para umas coisas, é certo. Mas para outras ou ainda ninguém a descobriu ou ainda ninguem a inventou.
E era a isso que ele tinha de se agarrar. Ao céu estrelado, à noite calma, à brisa amena.
Por entre os seus lábios ele deixava fluir o fumo do cigarro que nunca lhe falhou. Aquele cigarro certo de fácil alcance pela módica quantia de 3€40 o maço. Isso era racional, dava os 3€40, recebia o maço. Era troca por troca. Mas e ela? Que partira sem notar no horizonte, que partira sem parar para observar o céu estrelado. O que é que ela tinha feito por ele? Que troca tinha sido feita? Nenhuma?
Ele deu por si a questionar-se até que ponto conseguimos distinguir as coisas em que receberemos algo em troca daquelas em que damos por nós de mãos fechadas, vazias...mãos essas que é tudo o que nos resta, porque nem o sorriso é mais dono de nós...

by Raquel Aquino

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