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Cold Shoulder

Toco na tua mão. Sinto o Inverno. O frio que há em ti não precisa de sair pela tua boca. Eu sinto. Quando me olhas. Quando me tocas. Quando não me dás a mão. Eu sinto.
Antes eras quente. Eras o intervalo que dava à minha cabeça dela mesma. Sim sou confusa. Mas isso não faz de mim uma adoradora do frio, não faz nem nunca fez.
Cada vez sinto mais. Aliás, dependendo da interpretação. Cada vez sinto mais que já não sentimos tanto. Mas eu ainda sinto. Eu ainda existo sem ti. Esse "sem ti" por agora não faz qualquer sentido. Mas lá está, sou confusa. Nunca pensei escrever-te e descrever-te neste espacinho só meu, onde falo sobre as lógicas da vida, onde falo sobre os meus disparates e certezas sem sentido.
Mas agora falo. Falo porque me deixei levar, e agora não tenho outra solução que não esta. Escrever-te e descrever-te. Frio. Cerebral. Impermeável ao que sinto. Impermeável ao que possas vir a sentir. Porque tu não o sentes. Aliás, será que sentes?
Tentativas de sentir, faz de ti o quê? Um incapacitado numa corrida contra o tempo?
O mais engraçado no meio disto tudo, é que pode ser tudo culpa minha. Pois por teimosia, ou por gosto (??) continuo a meter-me em competições de ligas que não são a minha. Começo a achar que gosto do impossível, depois dou por mim a superiorizalos aos meus olhos, e depois... dou por mim pequenina. Pequenina e de mãos abertas à espera de alguém que me belisque e diga que já passou.
Mas não passou, não passa há dois anos. Fez agora dois anos que larguei o tudo que tinha para agarrar este nada. Sei que fiz a escolha certa, mas porque tu me obrigaste. Mas agora nem tu nem ninguém me obrigaria a sofrer como sofri. Por isso prefiro sofrer com este e aquele, porque no fim do dia, sei que não há o "nós" (eu e tu), em tempos houve... Nem há o "nós" (eu e este ou aquele), por momentos houve...
Isso faz de mim o quê?
Isto faz de ti o quê?
Disfarçamos a desilusão com um sorriso ou um gesto particular que ambos interpretamos. Disfarçamos para quê? Tu querias algo, eu queria algo. Do nada deixamos de querer?!
Mas lá está, não vou chorar nunca no teu ombro frio e impermeável.
Não preciso que ninguém me explique onde é que deixei o meu ser que te cativava. Ele estava lá, apenas de mãos atadas e olhos vendados. Como não sou cega, tive medo do escuro. Sim tive medo e hesitei, não me culpo por ter medo. Culpo-te por não o teres entendido e compreendido e aceitado. Culpo-te, mas não te culpo. Afinal de contas a culpa é minha. E por isso peço desculpa. Peço desculpa se te exigi mais do que aquilo que me poderias alguma vez dar...

By Raquel Aquino

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